sexta-feira, 27 de junho de 2014

O pardal e eu

Eu lembro como se fosse ontem de quando um minúsculo pardal com uma perninha quebrada foi encontrado no quintal da casa de um parente e eu fui escalada pra ser sua nova mãe e tentar salvar sua vida.

E ele chegou assim:


A pele do pássaro era tão fina que dava pra ver através dela todos os seus órgãos internos, e eu tinha medo de pegá-lo na mão e machucá-lo - por isso o papel embaixo dele nas primeiras fotos.


A primeira casa do Nino foi um ninho improvisado numa caixa de celular forrada com um tecido macio. Como precisava cuidar dele o tempo todo, eu levava aquela caixa pra todo lado, o que despertava a curiosidade das pessoas que me viam nos lugares mais diversos alimentando um pássaro com uma seringa.

Pode ser muito difícil alimentar um pássaro filhote, porque caso ele não abra o bico, é necessário abri-lo forçadamente (de forma delicada, porém firme) pra poder inserir a seringa, e isso pode causar ferimentos e muito stress. Mas até nisso o Nino era especial, porque ele não apenas colaborava abrindo o bico por conta própria, como também piava me lembrando de alimentá-lo sempre que quisesse, o que acontecia a cada 15 minutos nos primeiros dias e depois foi se espaçando até chegar a umas duas horas.
Felizmente, ele dormia a noite toda.


Quando ficou adulto e começou a voar, o vôo dele parecia com o de um beija-flor e também com o movimento de pouso e decolagem de um helicóptero: ele subia e descia na vertical e ficava pairando no ar batendo as asinhas bem rápido. A perninha quebrada nunca lhe permitiu um vôo normal e nem sentar num poleiro, por isso adaptei pra ele uma gaiola de hamster e não uma de pássaros.
Jamais direi que viver numa gaiola é o melhor para um pássaro, mas dadas as condições do Nino, ele não conseguiria sobreviver se fosse solto. Pra compensar isso, quase todos os dias ele passava algumas horas fora da gaiola pra poder se exercitar e interagir com meus outros pássaros.


O Nino foi o único pássaro que eu conheci que gostava de ser tocado e de ficar no colo. Ele cantava pra chamar nossa atenção e respondia piando ao ouvir seu nome.
Nessa quarta-feira, meu pequeno companheiro, já velhinho, foi pro céu e se juntou aos meus outros bichos muito amados que, assim como ele, passaram pela minha vida para deixá-la mais completa. É triste, mas sinto também uma enorme gratidão por poder tê-lo ajudado a viver apesar de todas as adversidades que a natureza havia lhe imposto quando ainda era apenas um bebê muito frágil.
Esse guerreiro mais que especial deixou saudade.

13 comentários:

  1. Aiiiiiiiiiinn que neném mais lindo! Parece até de mentira na primeira foto, tadinho...
    Mas que bom que essa história teve um final feliz, amei.

    Beijos
    http://m4yparadise.blogspot.com.br/

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  2. que lindo <333
    ainda bem que teve um final feliz

    http://gotasdecaffe.blogspot.com.br/2014/06/sheinside-wishlist.html

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  3. Ai tadinho.. que pena que ele morreu, mas vc fez a sua parte cuidando dele.
    big beijos

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  4. Poxa amiga que pena, muito lindo seu Pardal, mas com toda certeza ele foi muito feliz ao seu lado e ficaram os momentos bons registrados no coração, bjs e um bom fds, Ana ♥...

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  5. Que pena , mas a vida é assim uma dia chega seu final e
    temos que aceitar , que fofinho se pardal.
    beijinhos
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  6. gente, que fofura! deve ter sido incrivel passar esse tempo com ele

    www.tofucolorido.blogpsot.com
    insta: liviaalli

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  7. Que lindinho, deve ter sido muito feliz com todo o carinho que recebeu, você fez sua parte, mas que pena que ele morreu.
    Beijos,
    poderosascomsalto.blogspot.com

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  8. Nossa Anne, que história linda! Ele se foi, mas tenho certeza que ficarão muitas lembranças felizes dos seus dias juntos!

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  9. Que fofo! A gente tem o costume de pegar somente cachorros e gatos pra criar né? Linda sua atitude, e tenha certeza que ele será eternamente grato a vc de onde quer que ele esteja :)
    Beijoos e boa semana ♥

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  10. Oi, eu sou Michele,
    E hoje eu achei um filhote de pardal na mesma "idade" que Nino, aparentemente, na grama do meu prédio. Mas estou com medo que nunca tive um passarinho e não tenho ideia de como alimentar e cuidar. Poderias me ajudar, me dando algumas dicas?

    email: micheleghuber@gmail.com

    Obrigada

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    1. Oi, Michele!
      Mandei e-mail pra você com algumas dicas de cuidados.
      Boa sorte!
      Beijo

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  11. Olá Anne, também apanhei um passarinho que caiu do ninho. Mal tinha penas. Entretanto já cresceu, já voa e come sozinho, mas tem uma patinha um pouco deformada deivod à queda do ninho. Estou sem saber se depois solto ele ou não na Natureza, uma vez que tenho receio que ele não sobreviva na Natureza. Quanto tempo durou o seu em cativeiro?

    Obrigada

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