In loving memory

A gente sabe que tudo que começa tem um fim, mas não importa quando ele chegue, ninguém nunca está preparado. Por isso eu acho imperdoável que hoje esteja um dia tão lindo e eu esteja tão triste.

É impossível falar de pit bulls sem falar do Tubarão e do quanto ele mudou a minha idéia sobre cachorros de sua raça. Por influência de notícias negativas amplamente divulgadas pela mídia de forma errada, eu tomei um susto quando me dei conta que teria de conviver com um deles. 

Mas ele me conquistou completamente, e já vai longe o dia em que ele sentou ao meu lado pela primeira vez e eu me senti uma palerma por estar com tanto medo de um cachorro que agora era meu também. Com o tempo a gente foi aprendendo a se entender e a respeitar o espaço um do outro - eu não entrava no canil dele, mas ele me esperava na porta do banheiro enquanto eu tomava banho e se deitava aos meus pés enquanto eu digitava no computador. Ele me ensinou que pit bulls podem ser dóceis e amáveis, que se pode amar alguém incondicionalmente, e quando ficou doente ensinou que um diagnóstico de câncer não é uma sentença de morte e ele enfrentou três cirurgias grandes como se não fossem nada. Ao final de uma delas, ainda meio sedado, ele abocanhou o gato que morava na clínica. Foi só um susto, o gato ficou bem - e ele também. Foi companheiro de tardes ensolaradas correndo atrás das borboletas, de cafés da manhã deitado bem no meio da cozinha, de fotos em frente à árvore de Natal.

Até hoje.

Hoje estou de luto.

A dor da despedida é grande, a saudade já é imensa e o amor é pra sempre.

Mamãe te ama, Tuba. S2