Homens, Mulheres e Filhos

Vamos dar uma pausa nos posts sobre o casamento pra falar de um filme que eu finalmente consegui cortar da minha longa lista: Homens, Mulheres e Filhos.

Homens, Mulheres e Filhos conta a história de um grupo de pessoas e sua relação complicada com a tecnologia, especialmente a internet. 

Tim é um adolescente que foi abandonado pela mãe e vive num mundo virtual. Ele largou o time de futebol na escola, onde tinha grande destaque e muitos amigos, pra ter mais tempo pra passar num jogo on line. Tim se apaixona por Brandy, que tem uma mãe superprotetora que vigia seu computador e celular o tempo todo, mas Brandy tem uma conta no Flickr onde posta fotos que sua mãe nem imagina que existam.

Hannah tem 16 anos e quer ser uma estrela de Hollywood. Sua mãe, que não teve sucesso como atriz e projeta seus sonhos na filha, tira fotos provocantes dela, posta em um site comprometedor e cobra pelas assinaturas desse conteúdo. Quando ela conta esse fato ao novo namorado, o relacionamento desanda.

Allison é uma líder de torcida anoréxica que busca na internet motivação pra não comer.

Don e Rachel estão entediados com seu casamento e encontram amantes a partir de um site de encontros para pessoas casadas. Desde quando era adolescente e encontrou a coleção de revistas do pai escondidas na garagem, Don vê pornografia o tempo todo, e leva um choque ao ligar o computador do filho e descobrir que ele também acessa o mesmo conteúdo.

O tempo todo os personagens tentam lidar com a forma como a internet mudou suas relações, sua forma de se comunicar, seu comportamento e sua auto-imagem. São muitas as cenas em que todos eles estão conectados a algum aparelho eletrônico, compartilhando o mesmo espaço, mas sem sequer se olharem. Todos os personagens tem um problema a resolver e seus caminhos vão aos poucos se cruzando.

Apesar da facilidade da comunicação a um toque na tela, o sentimento que parece comum aos personagens é a solidão. A menina que engravida do rapaz que não se importa com ela; o jovem que descobre pelo Facebook que a mãe vai se casar de novo; a garota oprimida pela mãe sem poder conversar com ninguém sem ser vigiada; o menino viciado em pornografia que não consegue ter um relacionamento normal: todos buscam afeto na internet, em meio a desconhecidos.

O filme não pretende ser moralista nem significar que a internet é a causa de todas as mazelas da vida humana, mas sim que seu uso excessivo e indevido é alienante e capaz de causar pequenas tragédias pessoais e familiares. E é agoniante ver pessoas a poucos metros de distância sem se falarem, apenas se comunicando umas com as outras pelos celulares: o retrato perfeito de cenas que vemos o tempo todo nas mesas de restaurantes. Acho que o filme causa uma reflexão bem válida.

Todas as atuações são brilhantes, mas um destaque é Adam Sandler no papel de Don. Estamos acostumados a vê-lo em comédias, mas ele segurou bem um papel mais maduro.

O trailer:

Vocês já assistiram? O que acharam?