sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Hay cosas que te ayudan a vivir

Quando começou a tocar no rádio o tema de fim de ano da Jovem Pan, eu vi que era hora de passar a régua em 2017 e admito que comecei a escrever um textão pra isso, mas bodei no meio do caminho e abandonei a ideia inicial.

Mas primeiro, a trilha sonora.


2017 foi um ano ridiculamente difícil. Foi um ano de luta, de muito trabalho e de virar páginas. Muitas páginas.

Foi um ano de começar a reunir (ou a varrer?) os cacos deixados por aquele 2016 horroroso e arranjar um jeito de seguir em frente, mesmo sabendo que a vida que eu conhecia até então nunca mais ia existir.

Tem uma música do Jack Johnson que diz que "when you have everything, you have everything to lose" (quando você tem tudo, você tem tudo a perder).

E realmente houve um momento crítico em que eu perdi tudo. Foi como se um imenso furacão passasse destruindo cada detalhe de cada aspecto da minha vida e saísse espalhando os pedaços pelo caminho, e eu ficasse ali sozinha pra construir novamente.

Sozinha sim, porque suas lutas são suas e seus problemas são seus. Porque mesmo que as pessoas ao redor ofereçam apoio, ou tentem, quem não está na sua pele não faz a menor ideia do que você passa.

Em março, o Johnnie faleceu, e aquilo me devastou por completo. Devastou a minha família toda.

Foi esse o motivo do meu sumiço do blog e de tudo: eu bodei com a vida.

Eu não reclamo. Na maior parte do tempo sequer estou triste, mas a alegria de antes se apagou e o mundo ficou menos colorido. Mas eu sei que de alguma forma ele continua aqui comigo, dormindo no meu coração. (#justlikeatattoo)

Não sei quantas vezes eu precisei lutar pra me convencer que realmente precisava sair da cama pela manhã e enfrentar o mundo mais um dia.

Não sei quantas vezes eu acordei de manhã pensando que era uma merda ter acordado.

2017 foi um ano em que o silêncio de muitos me mostrou quem é quem, e quais são as pessoas que eu não faço questão de que permaneçam na minha vida.

Foi o ano de aprender a não tentar falar pra quem não está disposto a ouvir.

Foi um ano de perdas. Perdemos dois amigos muito queridos e também mais quatro dos nossos pets: o pombo Totó, uma coruja e um pardal resgatados, e pra fechar o ano, nossa agaporne Julieta morreu na madrugada do dia 25 de dezembro, ao meu lado, depois de quase 14 anos junto com a minha família.

Enfim.

Já li em alguns lugares que a vantagem de cortar o tempo em fatias é que isso nos torna mais esperançosos com o futuro. É claro que não existem motivos pra acreditar ingenuamente que após a meia-noite do dia 31 a vida muda radicalmente, mas não há como não ter a sensação de que, de certo modo, um ciclo se fechou e outro se iniciou, com um gostinho de que dessa vez as coisas podem ser melhores.

No mais, inicio o ano absolutamente orgulhosa do meu trabalho e da equipe que eu integro. E contente por ter o Ravi, que veio preencher um vazio imenso e com sua doçura conquistou nossos corações instantaneamente, e o Antonio, que me lembra demais o Johnnie e que eu já amava antes mesmo de conhecer.

Ravi

Antonio

Que venham dias melhores!

Feliz 2018 a todos!

P.S.: Esse é provavelmente o post mais pessoal e espontâneo que já passou por aqui e a última vez que eu falei de 2016.
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