Eu achava que nenhum ano na minha vida seria pior do que foi 2007. Mas aí veio 2015. E veio 2016. E veio 2016s 2017.
Mas eu também achava que nenhuma notícia que eu recebesse seria pior do que aquela merda que veio em agosto de 2016, que foi quando definitivamente acabou a vida que eu conhecia até então. Mas a vida é uma canalha e de vez em quando dá um jeito de nos surpreender (e ultimamente não tem sido para o bem), e aí, no começo de março desse ano - dois dias antes do meu aniversário - nós perdemos o Johnnie.
O Johnnie é o meu amor. Ele era a minha alegria, a minha vida. Ele tinha algo que fazia todo mundo se apaixonar por ele, e ele se tornou não somente parte da família, mas o centro dela. Todas as nossas decisões eram tomadas colocando o Johnnie como prioridade. Vamos viajar, ah mas o Johnnie pode ir? Pode? Então vamos. Não pode? Quem vai ficar com ele? Ele não pode ficar sozinho. NEM. POR. UM. MINUTO. Vamos jantar fora? Mas o Johnnie vai ficar sozinho em casa? Ele detesta ficar sozinho. Vamos fazer um macarrão, abrir um vinho e ficamos em casa mesmo. Assim fica todo mundo junto. Porque ele é mais importante que tudo e ponto.
Foram quase nove anos assim, ao lado do cachorro mais temperamental, rabugento, fofo e incrivelmente amoroso do mundo, e que foi cuidado, amado, querido e protegido desde o primeiro dia que colocou as patinhas nessa casa.
E aí ele partiu, e ficamos todos perdidos, revoltados, deprimidos e sem rumo. Como prosseguir agora?
A decisão de ter outro cachorro veio porque a casa vazia estava insuportavelmente triste.
De algum jeito, Johnnie estava em todos os lugares da casa, dos carros, da casa do sítio, mas também não estava mais, e isso era (e ainda é) enlouquecedor. Meus irmãos e eu começamos a quebrar a cabeça pensando na ideia e tendo que lidar com inúmeros conflitos sem resposta: é justo arrumar outro cachorro agora? Tão pouco tempo depois? Mas quanto tempo é suficiente pra ficar de luto? E principalmente, é justo que nossos pais e nossa avó sofram tanto por mais esse luto agora, depois de tudo que já passaram? Será que não é melhor pegar logo um outro cachorro, que jamais vai tomar o lugar que pertencia ao Johnnie (porque nenhum animal vai, nunca), mas que pelo menos vai trazer um pouco de alegria? E quanto tempo deve esperar esse próximo cachorro pra ser adotado, já que a gente sabe que ele também vai ser imensamente querido, amado e cuidado?
Mas enquanto estávamos lá com altas discussões no WhatsApp sem conseguir decidir nada, minha mãe foi mais rápida e trouxe o Ravi pra casa.
Ela escolheu o cachorro, mas o nome foi uma escolha conjunta: Ravi é um nome indiano que significa o Sol. E não poderia ser mais apropriado.
E ele é pequeno, fofo, inteligente, tão bonzinho quanto terrível (comportamento típico dos nossos cachorros, aliás), às vezes faz as mesmas coisas que o Johnnie fazia (e temos todos uma sensação agridoce de saudade e alegria nesses momentos) e já ganhou o coração de todo mundo.
Então seja bem vindo, Ravi. Você é um raio de sol que chegou pra iluminar as nossas vidas depois de um período longo e nebuloso.
A gente já te adora.
* O título é por causa dessa música, que eu amo demais da conta.
Mas eu também achava que nenhuma notícia que eu recebesse seria pior do que aquela merda que veio em agosto de 2016, que foi quando definitivamente acabou a vida que eu conhecia até então. Mas a vida é uma canalha e de vez em quando dá um jeito de nos surpreender (e ultimamente não tem sido para o bem), e aí, no começo de março desse ano - dois dias antes do meu aniversário - nós perdemos o Johnnie.
O Johnnie é o meu amor. Ele era a minha alegria, a minha vida. Ele tinha algo que fazia todo mundo se apaixonar por ele, e ele se tornou não somente parte da família, mas o centro dela. Todas as nossas decisões eram tomadas colocando o Johnnie como prioridade. Vamos viajar, ah mas o Johnnie pode ir? Pode? Então vamos. Não pode? Quem vai ficar com ele? Ele não pode ficar sozinho. NEM. POR. UM. MINUTO. Vamos jantar fora? Mas o Johnnie vai ficar sozinho em casa? Ele detesta ficar sozinho. Vamos fazer um macarrão, abrir um vinho e ficamos em casa mesmo. Assim fica todo mundo junto. Porque ele é mais importante que tudo e ponto.
Foram quase nove anos assim, ao lado do cachorro mais temperamental, rabugento, fofo e incrivelmente amoroso do mundo, e que foi cuidado, amado, querido e protegido desde o primeiro dia que colocou as patinhas nessa casa.
E aí ele partiu, e ficamos todos perdidos, revoltados, deprimidos e sem rumo. Como prosseguir agora?
A decisão de ter outro cachorro veio porque a casa vazia estava insuportavelmente triste.
De algum jeito, Johnnie estava em todos os lugares da casa, dos carros, da casa do sítio, mas também não estava mais, e isso era (e ainda é) enlouquecedor. Meus irmãos e eu começamos a quebrar a cabeça pensando na ideia e tendo que lidar com inúmeros conflitos sem resposta: é justo arrumar outro cachorro agora? Tão pouco tempo depois? Mas quanto tempo é suficiente pra ficar de luto? E principalmente, é justo que nossos pais e nossa avó sofram tanto por mais esse luto agora, depois de tudo que já passaram? Será que não é melhor pegar logo um outro cachorro, que jamais vai tomar o lugar que pertencia ao Johnnie (porque nenhum animal vai, nunca), mas que pelo menos vai trazer um pouco de alegria? E quanto tempo deve esperar esse próximo cachorro pra ser adotado, já que a gente sabe que ele também vai ser imensamente querido, amado e cuidado?
Mas enquanto estávamos lá com altas discussões no WhatsApp sem conseguir decidir nada, minha mãe foi mais rápida e trouxe o Ravi pra casa.
Ela escolheu o cachorro, mas o nome foi uma escolha conjunta: Ravi é um nome indiano que significa o Sol. E não poderia ser mais apropriado.
E ele é pequeno, fofo, inteligente, tão bonzinho quanto terrível (comportamento típico dos nossos cachorros, aliás), às vezes faz as mesmas coisas que o Johnnie fazia (e temos todos uma sensação agridoce de saudade e alegria nesses momentos) e já ganhou o coração de todo mundo.
Então seja bem vindo, Ravi. Você é um raio de sol que chegou pra iluminar as nossas vidas depois de um período longo e nebuloso.
A gente já te adora.
* O título é por causa dessa música, que eu amo demais da conta.